[Soloterapia #14] A importância da solitude pra mulher
Somente através das vivências solo vamos ter na pele a sensação de se bastar, de confiar, de se curtir e conseguir elaborar essas percepções. Só assim a gente se liberta de amarras e imposições.
Quando comecei o Instagram @toindoviajarsozinha, em 2019, a intenção era compartilhar as minhas aventuras viajando sozinha, dar dicas pras viagens de vocês e ajudá-las a enfrentar esse medo da experiência solo.
Só que com o tempo, eu percebi que esses temas eram ótimos, mas ainda estavam na superfície. E comecei a sentir a necessidade de falar sobre solitude e vários outros assuntos do universo feminino.
Porque não dá pra falar de medo, sem falar de machismo e da violência contra a mulher. Não dá pra falar de momentos de solitude sem falar da construção social que nos ensina que felicidade só é possível se estivermos acompanhadas. Não dá pra falar de destinos, sem falar do julgamento que as mulheres que viajam sozinhas sofrem neles e porque elas sofrem esse julgamento.
Aí, um dia, cruzei com uma frase da Martha Medeiros (minha musa das crônicas e grande incentivadora das viagens solo femininas) que resumia tudo que eu pensava sobre a importância da solitude pras mulheres: “a grande revolução feminista passa pela consciência de que a solidão não é humilhante, a renúncia à nossa integridade que é.”
Nós, mulheres, tendemos a achar que estar sozinha é o nosso pior pesadelo, mas eu só consigo enxergar a solitude como um dos caminhos possíveis pra nossa libertação.
E não é essa solitude meio romantizada das redes de tomar um chazinho numa poltrona bonita lendo um livro com a chuva caindo lá fora. Claro que isso também faz parte dela. Mas solitude, pra mim, é um conjunto de entendimentos.
Solitude é entender:
que você pode ser feliz sem um marido;
que você é capaz de muitas coisas que disseram que você não seria, por ser mulher;
que também é maravilhoso fazer programas sozinha;
que você pode dedicar a sua vida à outras conquistas ao invés de só buscar por um relacionamento amoroso;
a importância de se desenvolver;
porque devemos lutar pela nossa liberdade e independência;
que você pode tomar decisões pra sua vida considerando apenas os seus desejos genuínos e não aqueles ditados pela sociedade;
que autoestima vai muito além de uma aparência bonita;
que você pode realizar sonhos mesmo estando sozinha e que isso também vai ser incrível!
Somente através das vivências solo vamos ter na pele a sensação de se bastar, de confiar, de se curtir e conseguir elaborar essas percepções. Só assim a gente se liberta de amarras, de crenças, de ideais, de expectativas e de imposições.
Gosto de dizer que viajar sozinha também é um ato revolucionário porque através dessas viagens, a gente reforça essa mensagem da solitude pra nós mesmas e pra outras mulheres, afinal, é uma desconstrução eterna.
Quando uma mulher decide viajar sozinha, ela muda a vida de outra mulher porque além de inspirar outras viagens, ela contribui pra mudar o mundo, a partir desse movimento.
Então, nessa semana de comemoração, eu quero levantar ainda mais essa bandeira e te dar forças pra olhar o estar sozinha com outros olhos.
Porque quando decidi fazer a minha primeira viagem solo, eu não imaginava o quanto isso impactaria a minha vida! Foi essa viagem que moldou muito da mulher que sou e me deu confiança para viver tantos desafios e estar aqui hoje inspirando vocês.
Feliz dia das mulheres pra todas nós!
Bora pros quadros da semana?
Hoje vou dar a dica de uma série bem manjada, mas que eu consegui assistir toda recentemente e acho que tem bastante a ver com os papos que temos aqui na Soloterapia. Estamos falando da polêmica Sex and the City.
Acho que o que me incomodou um pouco assistindo, foi esse desespero de sempre estarem buscando por um homem e por uma relação, com exceção da rainha do sexo Samantha Jones. E acho até que ela acabou virando a personagem preferida justamente por exalar essa liberdade, diferente da Carrie (a protagonista da Sarah Jessica Parker), que faz várias cagadas em sua vida por causa de homem.
Mas se a gente pensar que a série foi exibida entre 1998 e 2004, dá pra entender essas tramas e até ficar feliz porque elas tinham várias pautas feministas também. E querendo ou não, elas era mulheres 30+ que priorizaram bastante suas carreiras e acho que isso explica o desespero pra encontrar um relacionamento depois de estabilizadas nessa área. Como eu disse antes, pra nós, vai ser uma eterna desconstrução.
Vale a maratona!
A sugestão do momento solita dessa semana vai ser bem simples e acessível financeiramente pra todas: caminhar sozinha!
Eu simplesmente amo andar e andar e andar na minha companhia porque consigo pensar em várias coisas, entender outras e ter insights importantes pra minha vida.
Na semana da promoção do cinema (que até dei a dica aqui pra vocês), eu fui no shopping duas vezes e como ele fica a uns 20/25 minutos andando da minha casa e eu adoro andar, consegui fazer várias reflexões legais.
Não sei explicar mas parece que me cérebro acelera e fica mais arejado quando eu tô caminhando! Na verdade, pensando aqui, isso acontece também quando estou nadando então, provavelmente, deve ser consequência do movimento do corpo. Lá vou eu pesquisar sobre isso essa semana. Risos.
Pega essa tarde de domingo aí e vai andar na sua maravilhosa companhia!
Espero que vocês tenham curtido a news de hoje! Se quiserem ler as edições antigas, é só clicar aqui.
Até domingo que vem!
Beijos,
Flavia
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